![]() |
Enf. Elizabete Batista Rezende |
Segundo Smeltzer e Bare (2006), Doença de Alzheimer é
um distúrbio neurológico degenerativo, progressivo e irreversível, que começa
de maneira insidiosa e se caracteriza por perdas graduais da função cognitiva e
por distúrbios no comportamento e afeto. Nettina (2003) complementa, afirmando
que com a progressão da doença os pacientes tornam-se incapazes de realizar as
atividades de cuidados pessoais e dependentes dos prestadores de atendimento.
A Associação Brasileira de Alzheimer informa que o
Mal de Alzheimer não possui fatores ou grupos de risco, acometendo pessoas de
variadas classes sociais, níveis de escolaridade, idade, sexo, raça ou hábitos
alimentares. Porém, a neurologista Sônia Brucki (2006) contesta tal afirmação,
dizendo que as mulheres e idosos estão mais propensos a desenvolverem essa
patologia.
Como não há concordância entre os dados acima
expostos, acredita-se que a atenção deva ser voltada para a manutenção dos
laços familiares, agora responsáveis pela integridade física e social do
portador do Mal de Alzheimer.
Juridicamente, conforme o Estatuto da Criança e do
Adolescente, está contido no artigo 25 que o significado de família natural é a
comunidade constituída pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Antropologicamente, a família pode ser entendida como “... uma associação de
pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um compromisso de
cuidado mútuo...” (SZYMASCKI, 2002 p.9). Ou ainda: “Um grupo de pessoas,
vivendo numa estrutura hierarquizada, que convive com a proposta de uma ligação
afetiva e duradoura, incluindo uma relação de cuidado entre os adultos e deles
para com as crianças...” (GOMES 1993 ap SZYMASCKI, 2002 p.26).
É inevitável que uma família sem ajuda
adoeça e se desestruture. Por isso, acredita-se que o maior acolhimento das
famílias por parte do Estado (viabilizado principalmente através das clínicas
de família) e a promulgação dessas informações ao portador de Alzheimer e aos
demais envolvidos (família, sociedade e profissionais de saúde) minimizem o
desgaste de cuidar de um idoso adoecido.
Uma estratégia amplamente empregada pelas
equipes de saúde da família é a realização dos grupos de apoio, que são reuniões
periódicas em conjunto conduzidas para promover a manutenção da socialização do
cuidador, bem como momentos de troca de experiências e desabafos sobre a atual
situação de vida, pois além de ensinar a cuidar do outro, precisamos ensinar o
familiar a se cuidar.
Logo, os lemas das equipes de saúde da
família que trabalham e convivem com portadores de Alzheimer e seus familiares
são preservar a dignidade do paciente, ajudar a família a suportar a carga
psicossocial e educar as futuras gerações.
Referências:
BRUCKI, Sonia M. D. Doença de Alzheimer: diagnóstico,
características e estratégias de tratamento. Revista Racine; São Paulo, ano
XVI, nº 95. p. 30 – 42, Novembro-Dezembro, 2006.
NETTINA, Sandra M. Cuidado do idoso. In: Brunner:
Prática de Enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. vol 1. p.
155 – 187.
SMELTZER, Suzzane C; BARE, Brenda G. Considerações
individuais e familiares relacionados com a doença. In: Brunner e Suddarth:
Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006. Vol 1. p. 103 – 117.
SZYMANSKI,
Heloisa. Viver em família como experiência de cuidado mútuo: desafios de um
mundo em mudanças. Revista Serviço Social e Sociedade; São Paulo, ano XXIII, nº
71. p. 9 - 25, Setembro, 2002.
Elizabete Batista Rezende
e Enfermeira da Equipe Toulon do CMSMGSF
|
0 comentários:
Postar um comentário