quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A FAMÍLIA E O MAL DE ALZHEIMER


                                              Enf. Elizabete Batista Rezende
Segundo Smeltzer e Bare (2006), Doença de Alzheimer é um distúrbio neurológico degenerativo, progressivo e irreversível, que começa de maneira insidiosa e se caracteriza por perdas graduais da função cognitiva e por distúrbios no comportamento e afeto. Nettina (2003) complementa, afirmando que com a progressão da doença os pacientes tornam-se incapazes de realizar as atividades de cuidados pessoais e dependentes dos prestadores de atendimento.
A Associação Brasileira de Alzheimer informa que o Mal de Alzheimer não possui fatores ou grupos de risco, acometendo pessoas de variadas classes sociais, níveis de escolaridade, idade, sexo, raça ou hábitos alimentares. Porém, a neurologista Sônia Brucki (2006) contesta tal afirmação, dizendo que as mulheres e idosos estão mais propensos a desenvolverem essa patologia.
Como não há concordância entre os dados acima expostos, acredita-se que a atenção deva ser voltada para a manutenção dos laços familiares, agora responsáveis pela integridade física e social do portador do Mal de Alzheimer.
Juridicamente, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, está contido no artigo 25 que o significado de família natural é a comunidade constituída pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. Antropologicamente, a família pode ser entendida como “... uma associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um compromisso de cuidado mútuo...” (SZYMASCKI, 2002 p.9). Ou ainda: “Um grupo de pessoas, vivendo numa estrutura hierarquizada, que convive com a proposta de uma ligação afetiva e duradoura, incluindo uma relação de cuidado entre os adultos e deles para com as crianças...” (GOMES 1993 ap SZYMASCKI, 2002 p.26).
É inevitável que uma família sem ajuda adoeça e se desestruture. Por isso, acredita-se que o maior acolhimento das famílias por parte do Estado (viabilizado principalmente através das clínicas de família) e a promulgação dessas informações ao portador de Alzheimer e aos demais envolvidos (família, sociedade e profissionais de saúde) minimizem o desgaste de cuidar de um idoso adoecido.
Uma estratégia amplamente empregada pelas equipes de saúde da família é a realização dos grupos de apoio, que são reuniões periódicas em conjunto conduzidas para promover a manutenção da socialização do cuidador, bem como momentos de troca de experiências e desabafos sobre a atual situação de vida, pois além de ensinar a cuidar do outro, precisamos ensinar o familiar a se cuidar.
Logo, os lemas das equipes de saúde da família que trabalham e convivem com portadores de Alzheimer e seus familiares são preservar a dignidade do paciente, ajudar a família a suportar a carga psicossocial e educar as futuras gerações.
Referências:
BRUCKI, Sonia M. D. Doença de Alzheimer: diagnóstico, características e estratégias de tratamento. Revista Racine; São Paulo, ano XVI, nº 95. p. 30 – 42, Novembro-Dezembro, 2006.
NETTINA, Sandra M. Cuidado do idoso. In: Brunner: Prática de Enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. vol 1. p. 155 – 187.
SMELTZER, Suzzane C; BARE, Brenda G. Considerações individuais e familiares relacionados com a doença. In: Brunner e Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. Vol 1. p. 103 – 117.
SZYMANSKI, Heloisa. Viver em família como experiência de cuidado mútuo: desafios de um mundo em mudanças. Revista Serviço Social e Sociedade; São Paulo, ano XXIII, nº 71. p. 9 - 25, Setembro, 2002.



Elizabete Batista Rezende
e Enfermeira da Equipe Toulon do CMSMGSF







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