Postada em 03/03/2014
Não é por acaso que a distribuição gratuita de preservativos
aumenta na época de carnaval. A chance de contrair doenças sexualmente
transmissíveis aumenta nesse período do ano, em que a combinação de folia e
bebida pode diminuir a atenção na hora de se proteger para o sexo. São diversas
as doenças que podem surgir de uma contaminação por falta de preservativo,
entre elas a sífilis, a gonorreia e o herpes genital. Mas outras se manifestam
de maneira mais silenciosa e grave, como a hepatite B.
No Brasil, não existem números exatos dos portadores dessa
doença.
Muitas pessoas não dão importância, mas é preciso ficar
atento à hepatite B: “Esta época do ano é um período de festa e, muitas vezes,
de irresponsabilidade. Parece clichê, mas ainda é importante ressaltar o uso do
preservativo, principalmente quando falamos sobre doenças que podem ser
transmitidas por relações sexuais”, alerta o infectologista. O vírus
transmissor dessa doença é cem vezes mais contagioso que o da Aids e as
complicações são responsáveis pela morte de mais de 1,5 milhão de pessoas.vírus,
das quais 240 milhões tornaram-se portadoras crônicas, sendo esse grupo mais
suscetível a complicações como cirrose e câncer de fígado. Após a infecção do
indivíduo, a hepatite B se cura em 95% dos casos, tendo, em princípio,
portanto, um bom prognóstico. No entanto, é entre os 5% dos indivíduos
infectados que não conseguem eliminar o vírus do organismo e se tornam,
portanto, “portadores crônicos da hepatite B” que reside o maior problema.
“Isso porque cerca de um terço desses portadores crônicos desenvolverá
inflamação significativa no fígado (hepatite crônica), que vai evoluir para
cirrose após alguns anos e, eventualmente, para o câncer primitivo do fígado”,
afirma o infectologista Alberto Chebabo, do laboratório Sérgio Franco Medicina
Diagnóstica.
No caso da hepatite B, Chebabo lembra que ela é uma doença
infecciosa causada pelo HBV, um vírus DNA, que resulta na inflamação das
células hepáticas do portador. “Não está sendo divulgado, mas há muito tempo o
Brasil vivencia uma epidemia de hepatite, não somente a B. A maioria das pessoas
não se vacina e acaba só descobrindo a doença quando faz o exame, seja porque o
médico percebeu os sintomas da doença ou porque está fazendo um check-up
rotineiro”, explica o infectologista.
Mais de 2 bilhões de pessoas já tiveram contato com o
vírus, das quais 240 milhões tornaram-se portadoras crônicas da doença.
A hepatite B é uma doença grave que pode ser prevenida
através de vacinação. Crianças e jovens devem ser vacinados. O que preocupa é
que muitos jovens, hoje na faixa etária entre 13 e 16 anos, não foram vacinados
contra hepatite B e, por estarem em fase de iniciação sexual, por
desconhecimento e falta de prevenção, são sérios candidatos à doença, através
do beijo. Por esse motivo o médico ressalta a importância de tomar a vacina.
Existem três opções: a primeira é a vacina apenas para a hepatite A; a segunda
opção é a vacina somente para a hepatite B e a terceira opção é a vacina que
contempla a hepatite A e B conjuntamente. “Quanto à hepatite B, além da vacina,
ressalto mais uma vez, é importante o uso de camisinha para evitar a doença”,
alerta Chebabo.
O infectologista reforça que hoje não existem mais grupos de
risco para doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Mulheres casadas, com
namorados fixos, adolescentes e homossexuais têm o mesmo risco de contrair uma
DST caso não pratiquem sexo seguro, ou seja, com o uso de preservativo. “As
principais DSTs são AIDS, hepatite, gonorreia, herpes, sífilis, infecção por
clamídia e micoplasma. Por isso é preciso curtir de forma consciente o carnaval”,
finaliza Chebabo.
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